Territórios Quilombolas – teste https://primeloc.com.br teste Tue, 13 Aug 2024 21:22:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.6.2 Mesa de Diálogo discute regularização de territórios quilombolas no Tocantins  https://primeloc.com.br/2024/08/13/mesa-de-dialogo-discute-regularizacao-de-territorios-quilombolas-no-tocantins/ https://primeloc.com.br/2024/08/13/mesa-de-dialogo-discute-regularizacao-de-territorios-quilombolas-no-tocantins/#respond Tue, 13 Aug 2024 21:22:01 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=2080 Além da COEQTO, participaram de reunião com Incra, nesta terça-feira (13), lideranças quilombolas e representantes de instituições públicas federais e estaduais 

Por Geíne Medrado

Nesta terça-feira (13), a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) e lideranças dos quilombos Malhadinha e Rio Preto participaram de reunião da Mesa de Acompanhamento da Política de Regularização Fundiária Quilombola, realizada na sede da Superintendência Regional de Tocantins do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Palmas-TO. 

O encontro teve como objetivo debater o andamento dos processos administrativos relacionados à regularização de territórios quilombolas no estado. Na ocasião, o Incra apresentou um panorama sobre as etapas dos processos e as medidas adotadas em resposta às demandas levantadas durante a primeira reunião da mesa, que aconteceu em junho deste ano. 

“Esta é a nossa segunda reunião da Mesa de Diálogo Quilombola. As pautas discutidas hoje e os acordos de cooperação técnica são importantes para avançarmos nos processos de titulação e demarcação dos territórios quilombolas. A reunião de hoje serve como referência para darmos continuidade ao nosso trabalho, com base no planejamento já estabelecido”, pontuou o superintendente do Incra no Tocantins, Edmundo Rodrigues Costa. 

O presidente da comunidade quilombola Malhadinha, que também esteve presente na reunião, ressaltou a importância desse espaço de diálogo para acompanhar o andamento dos processos de regularização das comunidades quilombolas do Tocantins. “Enfrentamos a morosidade nos processos de regularização dos territórios quilombolas, mas temos que continuar cobrando até que tenhamos os nossos territórios em mãos”, reforçou. 

Participantes

Além da COEQTO e Incra, a reunião contou com a presença de lideranças das comunidades quilombolas Malhadinha (Brejinho de Nazaré-TO) e Rio Preto (Lagoa do Tocantins-TO), além de representantes do Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), Superintendência do Patrimônio da União em Tocantins (SPU), Secretaria de Povos Originários e Comunidades Tradicionais (Sepot) e antropólogos da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

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COEQTO participa de reunião para discutir a regularização de territórios quilombolas no Tocantins https://primeloc.com.br/2024/07/03/coeqto-participa-de-reuniao-para-discutir-a-regularizacao-de-territorios-quilombolas-no-tocantins/ https://primeloc.com.br/2024/07/03/coeqto-participa-de-reuniao-para-discutir-a-regularizacao-de-territorios-quilombolas-no-tocantins/#respond Wed, 03 Jul 2024 19:15:25 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=2056 A reunião aconteceu na Corregedoria-Geral da Justiça do Tocantins. Um dos encaminhamentos é a elaboração de Acordo de Cooperação Técnica para uma experiência piloto de regularização dos territórios quilombolas no Estado

Por Geíne Medrado

A Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) participou de uma reunião da Câmara Técnica de Governança Fundiária (CTGF) nesta segunda-feira, dia 1º, na Corregedoria-Geral da Justiça do Tocantins (CGJUS). O encontro contou com a presença do juiz e coordenador do Núcleo de Prevenção e Regularização Fundiária (Nupref), Wellington Magalhães, e de representantes do Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre outras instituições, com o objetivo discutir o avanço na regularização dos territórios quilombolas no estado.

Durante a reunião, foi decidido que representantes de cada instituição irão compor as câmaras técnicas de governança fundiária do Nupref. Também será elaborado um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre as entidades para implementar uma experiência piloto de regularização dos territórios quilombolas, além da formulação de uma normativa específica para que o Estado do Tocantins regularize os territórios quilombolas.

Maria Aparecida Ribeiro de Sousa, coordenadora executiva da COEQTO, destacou o cenário das comunidades quilombolas do Tocantins e a luta pela regularização dos territórios. “Há mais de 14 anos a COEQTO vem dialogando com o estado, cobrando a regularização dos territórios quilombolas. Hoje temos a Ilha de São Vicente com título, porém nenhum território está com seu processo de regularização concluído. Então, a nossa expectativa é que com esse espaço possamos avançar na regularização dos territórios, assim como já acontece em outros estados”, reforçou.

Wellington Magalhães, coordenador do Nupref, esclareceu que a CTGF da Corregedoria, através do Nupref, aborda questões específicas das terras quilombolas e dos conflitos fundiários no Tocantins. “O objetivo do Poder Judiciário com esse trabalho é promover uma articulação entre as instituições envolvidas para avançar com a regularização fundiária dos territórios quilombolas do Estado do Tocantins”, pontuou.

Edmundo Rodrigues Costa, superintendente do Incra no Tocantins, apresentou uma lista de comunidades indicadas para o trabalho inicial do ACT e o estágio de regularização de cada uma. “Essa reunião é muito importante para pensar alternativas e elaborar um plano de trabalho em conjunto com os outros órgãos, Nupref, e COEQTO, para avançarmos na titulação dos territórios”, destacou.

Na ocasião, a COEQTO entregou ao Nupref material informativo sobre as comunidades quilombolas do Tocantins, reforçando a importância da regularização.

A reunião também contou com a participação da ONG Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO), Secretaria de Povos e Comunidades Tradicionais (Sepot), Procuradoria Geral do Estado (PGE/TO), Instituto de Terras do Tocantins (Itertins), Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Tocantins Parcerias, e o Instituto de Atenção às Cidades da Universidade Federal do Tocantins (UFT/IAC).

Na ocasião, a COEQTO entregou ao Nupref cartografia social e outros materiais de comunidades quilombolas do Tocantins. Foto: Geíne Medrado/Ascom COEQTO
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Comunidades Quilombolas do Jalapão Realizam Oficina de Gestão Territorial https://primeloc.com.br/2024/06/27/comunidades-quilombolas-do-jalapao-realizam-oficina-de-gestao-territorial/ https://primeloc.com.br/2024/06/27/comunidades-quilombolas-do-jalapao-realizam-oficina-de-gestao-territorial/#respond Thu, 27 Jun 2024 18:23:05 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=2041 Durante a oficina, as comunidades relataram os impactos com a exploração do turismo e reivindicam a titulação dos territórios 

Por Geíne Medrado

A Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) e a Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), com apoio do Fundo Casa Socioambiental, promoveram a oficina “Monitoramento e Gestão Territorial nas Comunidades Quilombolas do Jalapão”. O evento ocorreu entre os dias 21 e 24 de junho, na sede da associação da comunidade Quilombola Povoado Prata, em São Félix do Tocantins, reunindo lideranças das comunidades Ascolobolas-Rios, Carrapato, Formiga e Ambrósio.

A oficina abordou temas cruciais para as comunidades, como a conjuntura das lutas quilombolas, apresentação das cartografias sociais e o plano de gestão territorial das comunidades do Jalapão. Outros tópicos incluíram as práticas de Roças Quilombolas e Agroecologia, a defesa dos Direitos Humanos e visitas a quintais produtivos do quilombo Prata. Também foram discutidos os dados da pesquisa “Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil – 2ª edição (2018-2022)”, produzida pela CONAQ em parceria com a organização Terra de Direitos.

Selma Dealdina Mbaye, articuladora política da CONAQ e vice-presidente do Fundo Casa, destacou que a oficina visa fortalecer a gestão territorial e a autonomia das comunidades quilombolas. “Nosso objetivo é socializar as dinâmicas e compartilhar as reflexões e entendimentos da gestão territorial que já é feita pelas comunidades quilombolas, visando tornar mais coletiva, democrática e humanizada, e fortalecendo a defesa dos nossos territórios. Para nós do Fundo Casa, é muito importante continuar apoiando iniciativas como essa, que visam o protagonismo e autonomia das comunidades”, afirmou.

Oficina Jalapão
Foto: Geíne Medrado/Ascom COEQTO

Impacto do Turismo e Conflitos Territoriais

Durante a oficina, as lideranças quilombolas expressaram preocupações com o projeto de concessão do Estado, em parceria com o BNDES, que inclui três atrativos no Parque Estadual do Jalapão: Serra do Espírito Santo, Dunas e Cachoeira da Velha/Fazenda Triagro. As comunidades exigem transparência e respeito aos protocolos de consulta e planos de gestão territorial antes da implementação de qualquer empreendimento.

A Comunidade Quilombola Povoado Prata, certificada pela Fundação Cultural Palmares em 2006 aguarda até hoje a regularização de seu território. Lení Francisca de Sousa, professora e suplente do Conselho Fiscal da Associação Povoado Prata, relatou os impactos negativos do turismo desordenado, como o assoreamento de córregos e nascentes e o desmatamento do cerrado, que compromete as plantas medicinais locais.

“Eu tenho uma grande preocupação porque com a chegada do turismo foi assoreando os córregos e as nascentes. O córrego do Prata que deu origem ao nome da comunidade hoje não tem mais água suficiente para tomar banho. O desmatamento do cerrado tem destruído plantas medicinais. Nós não queremos a continuidade dessa concessão sem regularizar as Comunidades Quilombolas”, disse Lení. 

Enelci Matos Mendes, presidente da associação da comunidade Carrapato, Formiga, Mata e Ambrósio, localizada no município de Mateiros-TO, destacou os conflitos por grilagem de terras e a exploração do turismo sem benefícios para a comunidade. “Hoje a comunidade sofre com invasões e conflito com fazendeiros, que tomam nossas terras. Outro desafio é a questão do turismo, o problema é que o lucro não é dividido com as comunidades”, explicou. 

Dulcileia Marília Barbosa de Souza, assistente administrativa da associação da comunidade quilombola Ascolombolas-Rios, em Mateiros-TO, enfatizou a importância da oficina para a troca de experiências sobre gestão territorial. A comunidade enfrenta dificuldades para obter autorização para práticas turísticas, essenciais para melhorar a renda dos moradores. “Estamos fazendo em parceria com a UFT um estudo dos atrativos de cada associado e vamos montar um plano para apresentar ao MPF e outros órgãos para obter essa autorização”, ressaltou.

Foto: Geíne Medrado/Ascom COEQTO

Titulação dos Territórios 

O Estado do Tocantins possui aproximadamente 52 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares e apenas um território titulado, que é a Ilha de São Vicente, em Araguatins-TO, entretanto, nenhum território quilombola está com seu processo de regularização concluído. 

A oficina de gestão territorial no Jalapão destacou a necessidade urgente de titulação dos territórios quilombolas e a importância de uma gestão turística sustentável e inclusiva. As comunidades continuam mobilizadas para garantir seus direitos e preservar seu modo de vida frente aos desafios impostos pelo desenvolvimento e exploração econômica da região.

Foto: Geíne Medrado/Ascom COEQTO
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Incra retoma mesa de diálogo com as comunidades quilombolas do Tocantins  https://primeloc.com.br/2024/06/12/incra-retoma-mesa-de-dialogo-com-as-comunidades-quilombolas-do-tocantins/ https://primeloc.com.br/2024/06/12/incra-retoma-mesa-de-dialogo-com-as-comunidades-quilombolas-do-tocantins/#respond Wed, 12 Jun 2024 15:24:49 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=2034

Após 6 anos sem efetivação, a Política  de  Regularização Fundiária Quilombola volta a ser discutida no Tocantins com a reativação da Mesa Quilombola, por meio de portaria do Governo Federal  

Por Geíne Medrado

Nesta terça-feira (11), a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) participou de reunião realizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Superintendência Regional de Tocantins (Incra) para retomada da Mesa Quilombola, que acompanha a Política de Regularização Fundiária Quilombola no Tocantins. A  reativação da mesa segue a PORTARIA de n° 188, que estabeleceu a Mesa Nacional quilombola, em outubro de 2023, e determinou a criação da mesa também no âmbito dos estados.  

A reunião contou com a presença de lideranças das Comunidades quilombolas Dona Juscelina, Malhadinha, Mumbuca, Povoado Prata e Chapada da Natividade, além de representantes do Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), Superintendência do Patrimônio da União em Tocantins (SPU) e Secretaria de Povos Originários e Comunidades Tradicionais (Sepot). 

Durante a mesa, o Incra apresentou a situação de processos administrativos de regularização das comunidades quilombolas  do estado, ouviu demandas das comunidades e recebeu sugestões dos órgãos participantes em relação a estratégias para avançar nos processos de titulação dos territórios quilombolas do Tocantins. 

Foto: Geíne Medrado

Após 6 anos sem efetivação, a retomada da mesa quilombola no Tocantins representa uma conquista importante para o movimento quilombola estadual, visto que esse espaço é essencial para o diálogo  entre as comunidades quilombolas e o Incra e para a formulação e implementação de políticas públicas voltadas para as comunidades quilombolas.  

A coordenadora Executiva da COEQTO, Maria Aparecida Ribeiro de Sousa , classificou o momento de reabertura da mesa como histórico e fundamental para avançar na  regularização dos territórios. “Somos mais de 50 comunidades quilombolas no Tocantins que lutam pela regularização territorial. Depois de muitos anos, tivemos esse momento histórico de reabertura da mesa quilombola, onde podemos pautar a situação das comunidades e acompanhar os processos do Incra”, destacou. 

O Superintendente do Incra no Tocantins, Edmundo Rodrigues Costa, destacou a importância da mesa para fortalecer o diálogo com o movimento quilombola e com outros órgãos governamentais. “Já existe a mesa quilombola nacional e hoje estabelecemos a nível de estado. Teremos reuniões bimestrais da mesa para avançarmos na pauta da demarcação dos territórios das comunidades quilombolas do Tocantins.”, reforçou.

Álvaro Manzano, procurador da República no Estado do Tocantins, avalia que o espaço de  diálogo é fundamental para a transparência na condução dos trabalhos do Incra em relação às demandas das comunidades quilombolas. “Esse espaço permite um diálogo mais aberto e franco entre o Incra e as comunidades quilombolas, principalmente na definição das prioridades de atuação do órgão e no planejamento de ações que serão realizadas”, pontuou. 

A defensora pública, Kênia Martins, coordenadora do Núcleo da Defensoria Pública Agrária (DPagra) da DPE-TO, ressaltou que a participação na Mesa Quilombola permite que a Defensoria Pública e outras instituições estejam mais próximas das comunidades e acompanhem suas demandas. “A mesa quilombola é um importante espaço de discussão não apenas da questão da regularização dos territórios, mas também de outros problemas enfrentados pelas comunidades”, disse. 

Edy César Passos, Superintendente do Patrimônio da União no Tocantins (SPU), reforçou o papel da SPU no processo de regularização fundiária das áreas quilombolas situadas em terras da União. “Nossa prioridade é garantir a permanência e o desenvolvimento dessas comunidades e promover a justiça histórica e social através da destinação dessas terras”, destacou.

A Secretaria de Povos e Comunidades Tradicionais (Sepot) também passa a integrar a composição da Mesa Quilombola no Tocantins. “Nós reconhecemos essa iniciativa de esforço conjunto dos governos estadual e federal como de suma importância para avançarmos na regularização dos territórios, que é a demanda prioritária das comunidades”, finalizou a Secretária da Sepot, Narubia Werreria. 

Foto: Geíne Medrado
Foto: Geíne Medrado
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II Aquilombar reúne milhares de quilombolas de todo o Brasil para reivindicar direitos https://primeloc.com.br/2024/05/27/ii-aquilombar-reune-milhares-de-quilombolas-de-todo-o-brasil-para-reivindicar-direitos/ https://primeloc.com.br/2024/05/27/ii-aquilombar-reune-milhares-de-quilombolas-de-todo-o-brasil-para-reivindicar-direitos/#respond Mon, 27 May 2024 20:13:48 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=2009 Por: Letícia Queiroz

O II Aquilombar: Ancestralizando o Futuro foi um ato histórico. A Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) juntamente com milhares de quilombolas de todas as partes do Brasil se reuniram em Brasília (DF), nesta quinta-feira (16). O objetivo do encontro foi reunir as comunidades para reivindicar direitos e promover a valorização da cultura e das tradições quilombolas. O evento contou com cobranças de lideranças, entregas do Governo Federal e marcha até o Congresso Nacional.

A principal exigência é a titulação dos territórios quilombolas. Ministros, ministras e outros representantes de órgãos do Governo Federal estiveram presentes e ouviram as demandas das comunidades. Uma carta com as necessidadesdos quilombos foi entregue às autoridades.

Veja aqui: CARTA POLÍTICA – AQUILOMBAR – 2024.

Durante o ato, coordenadores e coordenadoras da CONAQ usaram a plenária para denunciar e cobrar Justiça por quilombolas assassinados por conta de conflitos. “Muitos não estiveram aqui no Aquilombar porque tombaram por conta da luta pelo território ancestral”, disse emocionada Selma Dealdina Mbaye. 

As lideranças expuseram a insegurança das comunidades por conta da demora em titular territórios, situação que abre margem para conflitos, ameaças, perseguições e assassinatos. De acordo com um estudo inédito divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com a CONAQ, mais de 98% dos territórios quilombolas estão ameaçados no país.

O evento contou com feira temática quilombola, oficinas, performances culturais, rodas de conversa e com uma grande caminhada que tomou as ruas de Brasília.

O coordenador executivo da CONAQ, Biko Rodrigues acompanhou o ato e exigiu do estado brasileiro políticas que garantam dignidade-viver para quilombolas de todo o Brasil. “Nós não vamos admitir que nos matem. Estamos em pé, dizendo que queremos reconstruir, queremos democracia e queremos viver. Somos o que somos porque resistimos”, disse sobre o trio.

Lideranças também falaram sobre Educação Escolar Quilombola, Direitos das Mulheres, da população LGBTQIAP+, Meio Ambiente e do papel dos quilombos na proteção dos biomas. “Mesmo sendo um momento festivo para nós, é também um momento de reflexão para a crise climática que está acontecendo. Mas nós seguimos firme, porque o Brasil também é quilombola”, disse Biko Rodrigues.

Givânia Silva, co-fundadora da CONAQ reafirmou a necessidade da presença de quilombolas nos espaços. “Nada para nós sem nós. Queremos participar de todas as decisões do Governo sobre as políticas que nós queremos”, disse.

“Espaço de resistência”

Quilombolas de todo o país saíram das comunidades, formaram caravanas  e viajaram longas distâncias para chegar ao ato. 

Rosimeire Maria da Silva, do quilombo Leitão da Carapuça, em Afogados da Ingazeira (PE) participou do Aquilombar. “Esse foi meu primeiro Aquilombar, foi a minha primeira vez. Eu vim com a galera de lá do quilombo e vendi meus produtos também: biscoito de castanha, licor e geleia de umbu. Com certeza foi  muito proveitoso esse Aquilombar e tranquilo pra todo mundo”. 

Samilly Valadares, do quilombo Oxalá de Jacunday, em Moju (PA), é do Coletivo de Juventudes da CONAQ e defendeu as pautas apresentadas no Aquilombar. “Estou muito feliz com esse espaço de resistência, aquilombamento e protagonismo das nossas comunidades. São quilombolas do Brasil todo vindo ocupar Brasília e demarcar as nossas narrativas. Então a expectativa pra hoje é que a gente fortaleça o movimento, ancestralize o futuro e construa estratégias de resistências a partir das nossas narrativas de quilombolas para quilombolas”.  

Fabiana Júnior dos Santos, do Quilombo Raízes, também esteve no Aquilombar pela primeira vez. Ela é de Presidente Kubitschek (MG). “Sou do Quilombo Raízes e trouxe o capim dourado que é o artesanato da nossa comunidade. A minha expectativa para o dia de hoje é muito conhecimento. Essa é a primeira vez que eu venho, espero que seja a primeira de muitas”, disse.

Ministérios, secretarias e Institutos no Aquilombar 

Estiveram presentes a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o presidente do Incra, César Fernando Aldrighi, o ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, João Jorge, presidente da Fundação Cultural Palmares, entre outros representantes de órgãos do governo Federal. 

O Governo Federal entregou 8 certificações, 2 Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação, 4 portarias de reconhecimento e um Programa de Apoio e Fortalecimento ao Etnodesenvolvimento.

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, defendeu o movimento e disse que deseja ver os quilombos titulados e os territórios livres.  “A minha luta vem de um luto, a gente não estaria aqui se não valesse a pena por um projeto político de país melhor do que a gente acredita. Eu não serei livre, enquanto todos nós não formos. A gente precisa cada vez mais se conectar e estarmos juntos. Eu não acredito em uma missão solitária, a gente acredita sim, na missão coletiva. É por isso que a gente tá aqui hoje, é por isso que é importante ter esses encontros. A gente é o começo, o meio e o começo porque a gente resiste, não tem fim a nossa luta e nunca terá porque a ancestralidade resiste. Somos hoje uma única força”, disse ao lembrar de Nêgo Bispo. 

João Jorge, presidente da Fundação Cultural Palmares, afirmou que o compromisso do novo governo do Brasil é levar a certificação das comunidades quilombolas para que o Incra possa finalmente dar a titulação dessas comunidades. João Jorge relembrou nomes ancestrais, como Nego Bispo, Mãe Bernadete e Abdias do Nascimento. “Precisamos parar que as pessoas morram pra ter um título. O meu papel é retomar essa política”. 

Na ocasião, o presidente do Incra, Cesar Aldrig,disse que a Instituição tem orçamento de R$ 137 milhões e firmou compromisso de titular mais territórios ao longo do ano.  “Esse aqui é o maior evento da população quilombola do país. Reconhecemos que esse país tem uma dívida enorme com o povo quilombola. O Incra se comprometeu em titular territórios ao longo do ano e desintrusar áreas invadidas por não quilombolas.

Aldrig comentou sobre os 35 mil hectares de portarias publicadas para os povos quilombolas. A ação faz parte do pacote de entregas do Programa de Apoio e Fortalecimento ao Etnodesenvolvimento e Acesso à Terra e ao Território (PAFE), da Secretaria de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas e Tradicionais (SETEQ), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA). 

As entregas do PAFE incluem:

Ampliação dos mercados institucionais; atendimento de quase 10 mil famílias quilombolas; criação de cinco selos quilombolas; entrega de dois planos de proteção dos territórios quilombolas em conflito agrário e vinte e cinco protocolos de consulta; apoio a 500 famílias dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) rurais; publicação do material didático do Projeto Memória Quilombola; criação da feira nacional de PCTs; criação do Marco Regulatório de Regularização Fundiária de Povos e Comunidades Tradicionais e a divulgação do edital para projetos de Recuperação de Nascentes e titulação de territórios quilombolas. 

Anúncios sobre terras foram feitos, mas sobre novas titulações e decretos, o ministro Paulo Teixeira afirmou que o presidente Lula quer fazer em um evento “muito próximo”. 

A ministra da saúde, Nísia Trindade, recebeu o Coletivo Nacional de Saúde Quilombola da CONAQ para audiência realizada no dia 16. Na ocasião foram firmados compromissos e pactuações importantes para o avanço na garantia do acesso à saúde para a população quilombola do Brasil, dentre eles:

  • Constituição de uma Portaria do Ministério da Saúde instituindo o GT de Saúde Quilombola (MS/MIR/Movimento Quilombola);
  • Criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Quilombola;
  • Criação do Programa Mais Saúde nos Quilombos, no nível federal.

O evento na Funarte foi finalizado com uma festa cultural com muita música e dança. 

Foto: Thaiane Miranda

Texto com colaboração de Tauani Lima e Ester Cezar

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Violência contra comunidades é um dos assuntos abordados em novo episódio do Podcast Trilha Quilombola  https://primeloc.com.br/2024/05/10/violencia-contra-comunidades-quilombolas-e-um-dos-assuntos-discutidos-em-novo-episodio-do-podcast-trilha-quilombola/ https://primeloc.com.br/2024/05/10/violencia-contra-comunidades-quilombolas-e-um-dos-assuntos-discutidos-em-novo-episodio-do-podcast-trilha-quilombola/#respond Fri, 10 May 2024 15:29:53 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=1997

O Podcast  é uma produção da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO)

Está no ar mais um episódio do podcast “Trilha Quilombola”. No episódio, recebemos a liderança quilombola, Maria Aparecida Ribeiro de Sousa, coordenadora Executiva da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) para uma análise de conjuntura do movimento quilombola do Tocantins  em relação aos principais acontecimentos do ano de 2023.

Maria Aparecida relata que a situação de conflito nos territórios e o aumento da violência contra comunidades quilombolas é um desafio no estado. 

“Hoje nós temos comunidades no Tocantins que sofrem violências e grande invasão no seu território. Um dos desafios que a gente percebe, hoje, é a questão do agronegócio, o desmatamento de forma desordenada dos seus territórios, e isso se torna uma situação de conflito e uma instabilidade para essas comunidades se manterem no seu território”, disse a liderança.  

Durante a entrevista, também é abordada a organização para a 2° edição do Aquilombar, a maior mobilização de quilombolas do país. O ato será  realizado na Funarte, em Brasília-DF, no dia 16 de maio, e tem como tema “Aquilombar, ancestralizando o futuro”. O evento também irá realizar a 1ª Feira Nacional da Produção Quilombola. 

O episódio completo está disponível no Spotify. Acesse aqui

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COEQTO cobra a regularização dos territórios quilombolas em oficina realizada pelo Incra https://primeloc.com.br/2024/04/12/coeqto-cobra-a-regularizacao-dos-territorios-quilombolas-em-oficina-realizada-pelo-incra/ https://primeloc.com.br/2024/04/12/coeqto-cobra-a-regularizacao-dos-territorios-quilombolas-em-oficina-realizada-pelo-incra/#respond Fri, 12 Apr 2024 19:55:08 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=1992

Com objetivo de planejar ações para os próximos anos, o Incra Tocantins realizou oficina de planejamento participativo e ouviu demandas dos movimentos sociais 

Por Geíne Medrado

Nesta quinta-feira (11), a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) participou de oficina de planejamento participativo realizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Tocantins (Incra) – Superintendência Regional de Tocantins. A oficina foi realizada com o intuito de levantar as demandas prioritárias dos movimentos sociais para planejamento de ações da Superintendência na gestão 2024-2026.

Na abertura do evento, a Coordenadora da COEQTO Maryellen Crisóstomo relatou a realidade das comunidades quilombolas do Tocantins em relação a dificuldade de acesso às políticas públicas, bem como o aumento da violência contra as comunidades, e cobrou o avanço na regularização dos territórios.  

“No Tocantins temos o desafio de avançar na política de regularização dos territórios. Para se  ter um exemplo, há pelo menos 6 comunidades quilombolas que estão há 10 anos aguardando concluir um processo de RTID. Sofremos todos os dias diversos tipos de  violência e as políticas públicas não chegam ao território. É preciso efetivar o acesso aos nossos territórios e garantir as nossas seguranças”, reforçou Maryellen. 

O superintendente regional do Incra, Edmundo Rodrigues Costa,  falou sobre a importância da escuta aos movimentos sociais para definir prioridades na atual gestão do órgão e destacou a retomada da mesa quilombola no Incra Tocantins, espaço de diálogo com as comunidades quilombolas do estado. 

“A nossa proposta enquanto gestão do Incra do Tocantins é de ter o máximo de diálogo possível com todos os movimentos sociais e o movimento sindical do Estado e assim definir as demandas que são prioridades. Estamos retomando aqui no estado a mesa quilombola, que vai ser a mesa específica para tratar sobre as demandas das comunidades quilombolas do Tocantins”, destacou Edmundo. 

Como encaminhamento geral da oficina, o Incra irá formar grupo de trabalho com representantes de cada movimento social para acompanhamento das demandas apresentadas. 

Em relação aos processos de regularização territorial das comunidades quilombolas do Tocantins, a COEQTO solicitou ao Incra o levantamento situacional dos processos de todos os territórios quilombolas do estado, bem como um balanço com prazos e possíveis avanços em cada processo. 

Participantes 
Além da COEQTO, participaram da oficina o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Tocantins (FETAET), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), Superintendência do Patrimônio da União (SPU/TO) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Audiência Pública discute conflito agrário no Território Quilombola Claro, Prata e Ouro Fino  https://primeloc.com.br/2024/04/05/audiencia-publica-discute-conflito-agrario-no-territorio-quilombola-claro-prata-e-ouro-fino/ https://primeloc.com.br/2024/04/05/audiencia-publica-discute-conflito-agrario-no-territorio-quilombola-claro-prata-e-ouro-fino/#respond Fri, 05 Apr 2024 18:04:25 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=1989

Quilombo sofre com invasões e crimes ambientais e cobra do INCRA a finalização de RTID da comunidade, iniciado há 10 anos

Por Geíne Medrado

Nesta quinta-feira (04), a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) acompanhou audiência pública realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) no Povoado Campo Alegre, no município de Paranã – TO, para discutir a situação de conflito agrário e ambiental no território quilombola Claro, Prata e Ouro Fino.

Conforme levantado na audiência, a comunidade denuncia a tentativa de apropriação das terras do quilombo por parte de grileiros e latifundiários, bem como a prática de crimes ambientais e exploração do turismo por terceiros.  

“Nota-se que a questão da exploração do turismo na região agrava ainda mais o conflito, visto que os empresários que adquiriram propriedades no território, excluem as comunidades da atividade turística. Diante do impasse, é urgente a demarcação do território para que o conflito seja resolvido e que a posse seja garantida à comunidade”, destacou Yonaria Alves Patricio, assessora jurídica da COEQTO.

Diante disso, a comunidade reivindica a conclusão do relatório técnico de identificação e delimitação (RTID) do território, iniciado em 2014, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/TO).

Vale ressaltar que tramita na Procuradoria da República no Estado do Tocantins um inquérito civil que visa garantir a posse integral do território à Comunidade Quilombola Claro, Prata e Ouro Fino. 

Além de lideranças do quilombo, também participaram da audiência representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Superintendência Regional de Tocantins (INCRA/TO),  Núcleo da Defensoria Pública Agrária do Tocantins (Dpagra), poder público municipal de Paranã, Polícia Civil e Polícia Militar.

Encaminhamentos 

Na audiência, a comunidade cobrou dos órgãos responsáveis urgência na conclusão do RTID e que haja celeridade no processo. 

O INCRA, informou que a maior parte das peças de RTID da comunidade já foram concluídas, e que, será possível, em curto prazo de tempo, a finalização e disponibilização do documento à comunidade. 

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COEQTO e comunidades quilombolas participam de cerimônia de lançamento do Programa Aquilomba Tocantins  https://primeloc.com.br/2024/03/27/coeqto-e-comunidades-quilombolas-participam-de-cerimonia-de-lancamento-do-programa-aquilomba-tocantins/ https://primeloc.com.br/2024/03/27/coeqto-e-comunidades-quilombolas-participam-de-cerimonia-de-lancamento-do-programa-aquilomba-tocantins/#respond Wed, 27 Mar 2024 01:30:47 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=1968

O Aquilomba Tocantins é uma extensão do Programa Aquilomba Brasil do Governo Federal e visa a promoção dos direitos da população quilombola

Por Geíne Medrado

A Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) participou do lançamento do Programa Aquilomba Tocantins, que visa desenvolver ações para promover a igualdade de oportunidades e reconhecimento da diversidade cultural entre os quilombolas. O evento aconteceu nesta terça-feira, 26, no auditório do Palácio Araguaia, com participação do Secretário Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos (SQPT) no Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ronaldo Santos. 

O programa Aquilomba Tocantins coordenado pela Secretaria de Povos e Comunidades Tradicionais (Sepot) é uma extensão do Programa Aquilomba Brasil do Governo Federal. O objetivo do programa é garantir acesso aos direitos básicos para a população quilombola, como saúde, educação e soberania alimentar e territorial dessas comunidades, para promover a igualdade de direitos e oportunidades para as comunidades quilombolas, bem como reconhecer e valorizar a diversidade cultural. 

Na cerimônia de lançamento do programa, a Coordenadora Executiva da COEQTO e da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) parabenizou a Sepot pela iniciativa e reforçou a luta histórica das comunidades quilombolas na busca pela efetivação dos direitos garantidos pela Constituição, em especial, a regularização dos territórios. 

“A principal reivindicação das comunidades quilombolas é a regularização dos Territórios, pois sem a titulação dos territórios é um desafio garantir outras políticas básicas como educação e saúde. Temos mais de 50 comunidades e ainda nenhum território regularizado pelo Estado. A assinatura do Aquilomba Tocantins é o caminho para que de fato essas políticas sejam avançadas”, pontuou Maria Aparecida Ribeiro de Sousa. 

Maria Aparecida Ribeiro de Sousa coordenadora executiva da COEQTO/CONAQ. Foto: Manoel Júnior

O Secretário Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos (SQPT) no Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ronaldo Santos, reforçou a importância do Programa Aquilomba Tocantins, sendo resultado da luta das comunidades quilombolas do Tocantins para o acesso a políticas públicas específicas. 

“O Estado do Tocantins está assumindo um compromisso. Essa demanda se dá porque a população quilombola está organizada e busca que suas demandas sejam reconhecidas pelo Estado. Esse é um momento feliz devido ao lançamento desse programa. Contem conosco para que esse programa seja um sucesso no Tocantins e precisamos que a experiência no Tocantins seja replicada por outros estados”, finalizou.  

A secretária de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, Narubia Werreria, afirmou que o lançamento do programa é um marco histórico na luta por reconhecimento dos direitos da população quilombola. 

“As comunidades quilombolas estavam presentes antes da constituição do estado. Aquilombar é proteger a diversidade cultural e a dignidade, é potencializar a força, a resistência e sabedoria ancestral quilombola”, enfatizou.

A Diretora de Proteção aos Quilombos da Sepot, Ana Cláudia Mumbuca, apresentou os eixos do programa e ressaltou a importância do momento para o reconhecimento dos direitos da população quilombola, sendo o Tocantins o primeiro Estado a aderir ao programa Aquilomba Brasil. 

Eixos Aquilomba Tocantins 

O programa Aquilomba Tocantins é composto por cinco eixos temáticos, cada um com objetivos e mapeamento inicial de instituições finalísticas. Os eixos são: Gestão territorial, ambiental e mudanças climáticas; Infraestrutura e etnodesenvolvimento; Comunicação, ancestralidade e patrimônio cultural; Segurança, organização social e acesso à justiça; e Saúde, educação e segurança alimentar. 

Participantes

O evento reuniu lideranças quilombolas de vários municípios do estado e mais de 10 vereadores e prefeitos quilombolas. Também estiverem presentes representantes de diversas instituições como o Ministério Público Federal, da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, Defensoria Pública da União, Superintendência de Patrimônio da União, Ministério Público Estadual, as secretarias de Estado da Mulher; da Cidadania e Justiça; da Pesca e Aquicultura; do Meio Ambiente e Recursos Hídricos; das Cidades, Habitação e Desenvolvimento Urbano; e da Educação; além da Agência Tocantinense de Saneamento, entre outras instituições.  

Secretário Ronaldo Santos e COEQTO prestigiaram o lançamento do Aquilomba Tocantins. Foto: Manoel Júnior
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COEQTO se reúne com o Ministério da Igualdade Racial para discutir demandas das comunidades quilombolas do Tocantins  https://primeloc.com.br/2024/03/27/coeqto-se-reune-com-o-ministerio-da-igualdade-racial-para-discutir-demandas-das-comunidades-quilombolas-do-tocantins/ https://primeloc.com.br/2024/03/27/coeqto-se-reune-com-o-ministerio-da-igualdade-racial-para-discutir-demandas-das-comunidades-quilombolas-do-tocantins/#respond Wed, 27 Mar 2024 01:13:19 +0000 https://www.coeqto.com.br/?p=1965

Em agenda de reuniões no estado do Tocantins, o Secretário Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos (SQPT) no Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ronaldo Santos, esteve reunido na manhã desta terça-feira, 26, em Palmas-TO, com a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO). 

O encontro teve como objetivo discutir as demandas do movimento quilombola do Tocantins, bem como as necessidades e desafios das comunidades quilombolas do estado em relação ao acesso às políticas públicas específicas para a população quilombola. 

Durante a reunião, a COEQTO destacou a necessidade de se avançar na regularização dos territórios quilombolas do Tocantins, bem como ações que promovam a proteção dos modos de vida das comunidades. Foi apresentado, ainda, o projeto das Quiolimpíadas que é realizado pela Comunidade quilombola Malhadinha. 

A Coordenadora Executiva da COEQTO, Maria Aparecida Ribeiro de Sousa destacou a importância do encontro para avançar nas políticas de promoção dos direitos da população quilombola. “Esse encontro marca um importante passo no diálogo entre o Governo Federal e as comunidades quilombolas do Tocantins, evidenciando a importância de uma abordagem inclusiva e participativa na formulação de políticas públicas voltadas para a população quilombola”, disse. 

O Secretário Ronaldo Santos discutiu a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental Quilombola (PNGTAQ), instituída em novembro de 2023, ouviu as demandas do movimento quilombola e ressaltou o compromisso do Governo Federal no reconhecimento dos direitos das comunidades quilombolas do país, visando promover a igualdade racial. 


Também participou da reunião o assessor técnico da Secretaria de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos (SQPT), Victor Lemes Cruzeiro.

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